O senador Marcos do Val (Podemos) relatou em entrevista que recebeu R$ 50 milhões em emendas parlamentares como sinal de “gratidão” por ter apoiado a eleição do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em 2021.
“O Rodrigo Pacheco falou para mim assim: “Olha, Marcos, nós vamos fazer o seguinte: os líderes vão receber tanto, os líderes de bancada tanto, essa foi a nossa divisão”. E ele me passou isso porque eu fui um dos que ajudei ele (sic) a ser eleito presidente do Senado. E aí eu falei: “Pô, legal, está transparente e tal”. Aí ele falou: “Olha, se a gente conseguir mais uma gordura, eu direciono para você”. Não foi uma coisa (do tipo): “Mas eu preciso que você me apoie”, contou
“Eu não sei qual é a conversa que ele [Pacheco] teve em valores com os outros. Para mim, quem me ligou dizendo foi até o Davi , não foi nem o Rodrigo. E aí [foi] com o Davi que eu perguntei. Eu achei até muito para eu encaminhar para o estado [Espírito Santo], mas como [é] questão de saúde, eu não vou negar. Eu perguntei: ‘Mas teve algum critério?’ Ele só falou: ‘Aquele critério que o Rodrigo falou para vocês lá no início’. ‘Ah, tá, entendi.’ Mas ele falou: ‘Só que o Rodrigo te colocou no critério como se você fosse um líder, pela gratidão de você ter ajudado a campanha dele a presidente do Senado’. Eu falei: ‘Poxa, obrigado, não vou negar e vou indicar”, completou Marcos do Val.
Depois que a entrevista foi divulgada, o senador disse ter sido mal interpretado e declarou que não houve negociação de emendas em troca de votos para Rodrigo Pacheco.
A assessoria de imprensa de Rodrigo Pacheco afirmou que ele não vai comentar a entrevista.
O Podemos em nota, repreendeu o parlamenta:
“Nós, senadores pelo partido Podemos, declaramos que somos contrários ao recebimento de verbas ou recursos provenientes das emendas RP-9 (orçamento secreto). Não compactuamos com essa forma de se fazer política”, diz a nota.