TSE desiste de monitorar eleições venezuelanas após críticas de Maduro ao sistema brasileiro

TSE decide não enviar técnicos para monitorar eleições na Venezuela após Maduro questionar a integridade do sistema eleitoral brasileiro.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil anunciou na quarta-feira (24) que não enviará técnicos para acompanhar as eleições na Venezuela. A decisão veio após declarações do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que questionou, sem apresentar provas, a integridade do sistema eleitoral brasileiro.

Durante um comício na noite de terça-feira (23), Maduro afirmou que as eleições no Brasil, Estados Unidos e Colômbia não são auditadas, ao passo que classificou o sistema eleitoral venezuelano como “o melhor do mundo”. Em resposta, o TSE divulgou uma nota rejeitando as acusações de Maduro, ressaltando que as urnas eletrônicas brasileiras são auditáveis e seguras.

A nota do TSE destacou: “Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”.

O tribunal também reiterou a seriedade e integridade das eleições brasileiras: “A Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil”.

Inicialmente, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela havia convidado o TSE para enviar dois técnicos para acompanhar as eleições do próximo domingo (28). O TSE recusou o convite, mas depois reconsiderou e decidiu enviar os servidores na condição de convidados internacionais. No entanto, após os ataques de Maduro, o tribunal optou por cancelar a participação.

A tensão entre os dois países aumentou após declarações recentes de Maduro sobre um possível “banho de sangue” caso ele perca as eleições, o que também preocupou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em uma entrevista coletiva na quarta-feira (24), Maduro mencionou novamente o Brasil, afirmando que mantém boas relações com os países vizinhos e que ninguém deve se intrometer nos assuntos internos da Venezuela.