Uma pesquisa realizada pela farmacêutica Pfizer em parceria com o Instituto Locomotiva revelou que 76% das mães brasileiras consideram a escola como o lugar ideal para a vacinação infantil. O estudo, divulgado pouco antes da Semana Mundial da Imunização, entrevistou 2 mil mães em todas as regiões do país.
Segundo os resultados do questionário, a vacinação escolar é vista por especialistas em imunização como uma estratégia para elevar as coberturas vacinais, que estão em queda no país desde 2015. Com percentuais abaixo da meta que garante a imunidade de rebanho, doenças imunopreveníveis como o sarampo e a poliomielite podem reaparecer no país ou se espalhar com mais facilidade.
O estudo também revelou que 85% das mães acreditam que a cobertura vacinal infantil poderia ser maior se houvesse a possibilidade de a vacinação ocorrer na escola. E oito em cada dez mães concordaram com a frase “seria muito prático se a vacinação do/da meu/minha filho/filha pudesse ocorrer dentro da escola”.
As mães que foram entrevistadas afirmaram que a falta de informação e conhecimento sobre a vacinação é um dos principais obstáculos à imunização infantil. Além disso, muitas relataram ter dificuldades para chegar aos postos de vacinação e terem esquecido as datas de vacinação dos filhos.
Para contornar esses problemas, a maioria das mães disse que se sentiria segura com a vacinação dentro da escola se soubessem que ela seria realizada por profissionais de saúde qualificados. De fato, 91% das mães afirmam que provavelmente autorizariam os filhos a receber as doses na escola, independente do tipo de vacina administrada.
O pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ressaltou que o Norte e o Nordeste são as regiões do país com os indicadores mais baixos de imunização infantil. E, para ele, a desigualdade social é um dos fatores que influenciam negativamente a cobertura vacinal nessas regiões.
A diretora médica da Pfizer, Adriana Ribeiro, afirmou que o objetivo da pesquisa é aprofundar a avaliação do cenário de queda nas coberturas vacinais, para encontrar soluções mais efetivas.
“Ao ouvir as mães, que em sua maioria são responsáveis diretas pelo gerenciamento da imunização de seus filhos, propomos a partir do estudo um olhar mais aprofundado desse cenário complexo, como forma de contribuir para a busca de soluções que realmente possam transformar a situação vacinal atual”, disse Ribeiro.