O governo de Nicolás Maduro anunciou no final da noite desta sexta-feira o fechamento total da fronteira da Venezuela com a Colômbia, de onde o líder opositor Juan Guaidó havia anunciado que começaria a enviar para o território venezuelano a ajuda em alimentos e suprimentos médicos doada nos últimos dias pelo governo dos Estados Unidos.
Maduro, que na quinta-feira ordenou o fechamento da fronteira com o Brasil, já havia bloqueado há uma semana uma das quatro pontes que ligam a Venezuela à região da cidade colombiana de Cúcuta, onde está armazenada a ajuda. Agora, por meio de uma rede social, a vice-presidente Delcy Rodríguez informou que as outras três pontes, chamadas Simón Bolívar, Santander e Unión serão fechadas.
O anúncio foi feito três horas depois do show realizado em Cúcuta para recolher doações para os venezuelanos, que enfrentam escassez de alimentos e remédios. Guaidó, que em 23 de janeiro se proclamou presidente interino da Venezuela e foi reconhecido como tal por 50 países, participou do show, ao lado dos presidentes da Colômbia, Iván Duque, do Chile, Sebastián Piñera, e do Paraguai, Mario Abdo. O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, também esteve em Cúcuta para prestar apoio ao opositor, que preside a Assembleia Nacional venezuelana, de maioria oposicionista. Com o fechamento da fronteira, aumenta o risco de choques entre os voluntários arregimentados pela oposição para transportar a ajuda e as forças militares venezuelanas.
Ao anunciar o fechamento da fronteira, Rodríguez disse que a decisão havia sido tomada “devido às sérias ameaças feitas pelo governo da Colômbia à paz e a soberania da Venezuela”.
No caso da fronteira brasileira, em Roraima, o fechamento ocorreu na noite de quinta-feira. Com isso, ficou suspenso o tráfego de veículos entre Santa Elena, na Venezuela, e a cidade brasileira de Pacaraima. Duzentas toneladas de ajuda doadas pelos governos brasileiro e americano estão armazenadas desde esta sexta em Boa Vista, mas dependem da chegada de caminhoneiros venezuelanos para transportá-la.