O maior desastre climático da história do Rio Grande do Sul foi atribuído, pelo vereador Sandro Fantinel (PL) de Caxias do Sul, ao “peso das árvores”. Na terça-feira, 14, o parlamentar criticou as leis ambientais “extremas” e anunciou que vai apresentar um projeto de lei para remover a vegetação das margens de estradas no Estado.
Durante sessão na Câmara Municipal, que discutia a criação de uma Frente Parlamentar de Prevenção e Enfrentamento de Crises Climáticas, Fantinel afirmou que o Estado enfrenta essa situação de desastre ambiental, que já afetou mais de 2,1 milhões de pessoas, devido à sua posição e por ser o terceiro Estado com mais áreas verdes no Brasil.
Segundo o vereador, as florestas gaúchas recebem umidade da Amazônia através de um “corredor” criado pelos Estados que desmataram áreas nativas e formaram um bolsão de ar quente, impedindo a entrada das águas em seus territórios.
Fantinel defendeu a remoção da vegetação das encostas das principais estradas do Estado, alegando que o desmoronamento das barreiras na região foi causado pelo “peso das árvores”. Ele explicou que “as raízes não seguram mais o solo encharcado e a árvore, com seu peso, despenca junto com a terra e provoca os desastres que vimos”.
“O entorno das estradas deve ser desmatado cinco metros para cada lado. Não importa se é mata nativa, pinheiro, ou outra vegetação”, afirmou o vereador. Ele também criticou a legislação ambiental, dizendo que está “impedindo o desenvolvimento do Rio Grande do Sul por causa do meio ambiente”.
Fantinel, que é sócio-administrador da Elfo Construtora, empresa especializada em instalações hidráulicas, sanitárias e de gás, mencionou as vítimas desabrigadas e questionou quanto tempo será necessário esperar para que “o meio ambiente permita a remoção da mata e a relocação dessas pessoas”. Segundo ele, o problema não está tanto no Executivo ou nos projetos, mas nas medidas que “não avançam devido à proteção de nascentes e matas nativas”.
O vereador destacou que apoia a criação da frente parlamentar focada nas mudanças climáticas, mas frisou a necessidade de “soluções concretas”. “Estamos cansados de bate-papo. Parabenizo a iniciativa da criação dessa frente, mas precisamos debater soluções práticas”, concluiu Fantinel.