Pauloafonsino, eleito no último pleito municipal, em 02 de outubro de 2016, para vereador com 2.520 votos. Jean tomou posse em 01 de janeiro de 2017 e com apenas 5 meses de mandato, lembrando que os trabalhos legislativos só começaram em meados de fevereiro (15/02/17), Jean Roubert vem se destacando no cenário político de Paulo Afonso.
Em entrevista a uma emissora de rádio local, o vereador Jean Roubert fez um balanço do seu primeiro semestre como legislador, mostrando que é possível sim fazer uma política diferente em Paulo Afonso.
O líder do executivo na Câmara alega falta de comunicação do executivo para com ele, o que segundo Jean, vem dificultando o desenrolar do seu papel para defender a governabilidade da Administração Pública municipal.
Confira a entrevista:
Como foi a negociação para a escolha do senhor como líder do governo na câmara, novo na Casa, Quais foram os critérios?
“Bob, os critérios subjetivos eu não sei dizer. O que ocorreu foi que o prefeito me convidou em uma reunião e disse que o candidato a presidente seria Marcondes Francisco e que Marcondes Francisco iria me passar as informações e que eu seria o líder do governo; eu agradeci o convite e disse que iria realmente fazer o papel do líder como manda essa função, uma função que tem a necessidade de dialogar com a bancada da maioria e da minoria, por que nós temos que ter o diálogo, mas, principalmente, o dialogo com o prefeito e toda administração para que possamos ter fundamentos e embasamento para defender os projetos”.
Principais ações do líder do governo na Câmara
“Líder é a pessoa que tem total ligação em confiança, total ligação e que está próximo do prefeito; é o elo do prefeito (governo) com o poder legislativo (Câmara) para puder representá-lo bem junto a bancada da maioria e defender e dialogar também com a bancada da minoria; então o líder e o representante do governo é essa pessoa que tem esse elo, com dialogo frequente e que deveria está afinado, seria a pessoa a qual os projetos deveriam chegar as informações primeiro; deveria em tese todo o direcionamento da governabilidade e os principais projetos estar afinados com o líder.
Como o senhor avalia a composição da Câmara nessa nova legislatura nesse semestre?
“Boa, uma Câmara que vem sendo elogiada por muita gente, vimos o frisson e o falar das pessoas que a câmara tem se comportado diferente da outra legislatura, não vemos mais aqueles debates, digo discussões de baixo escalão, nós temos debates, temos discordâncias de pensamentos, diversidade de entendimento e isso é bom para o parlamento, porque toda ideia, plano ou projeto ele nasce na diversidade, na discussão, mas a discussão que tem fundamento, não é aleatória; e é isso aí cada um tem desempenhando bem o seu papel dentro de suas limitações. Nós estamos há pouco mais de 5 meses efetivos do nosso mandato, haja vista que estamos enfrentando no país uma crise sem precedentes, uma crise econômica, uma crise política, social, moral e ética, que afeta não só poder político legislativo no todo, mais o poder executivo e poder judiciário. Somos reivindicados para todo tipo de problema e estamos tentando saná-los diante das nossas possibilidades”.
PL 31, que não passou no primeiro momento na Câmara de Vereadores possa ser interpretado com sendo retaliações dos parlamentares, muito pelo contrário, você acredita que esse projeto voltando no segundo momento será votado e aprovado?
“Bob, nenhum momento isso foi retaliação ao governo, entendemos que um projeto dessa envergadura que estabelece autorização para que o governo faça acordos, contratos e convênios, isso é de suma importância. O que nós reclamamos é o nosso direito de parlamentar, de analisar os projetos primeiramente, sempre com foco na melhoria do projeto para satisfazer a necessidade de quem vai ser beneficiado. E a outra reclamação que aconteceu no PL 31 foi a falta de comunicação, pois o projeto chegou na Casa em cima da hora, na segunda feira, para ser votado, pedindo ainda regime de urgência. E o pior foi a justificativa desse projeto, a qual dizia que com a rapidez que iria ser aprovado, nós vereadores iriamos ter um ganho, pois não precisaríamos mais analisar projetos dessa natureza durante os 4 anos. E entendemos primeiro que a redação de qualquer projeto não deve ser assim e que depois não houve a comunicação, então precisamos discutir os projetos. Em caso de ser apresentado um novo projeto, será uma nova circunstância, novo momento e que haverá discussão para melhorar o projeto, com diálogo e dentro do consenso chegaremos ao ponto comum, assim eu tenho confiança que se for bom para o povo ele será aprovado”.
Apenas um PL foi aprovado na segunda (26/06/2017)?
“Na verdade, por meio do pedido do vereador Bero do Jardim Bahia, os dois projetos foram aprovados na segunda feira (26/06/17), em regime de urgência, uma vez que já tinham sido debatidos com a APLB e em concordância com a APLB – todos os artigos foram discutidos, então o PL 44, que fala do plano de desenvolvimento, desempenho e qualificação dos professores; e o PL 45, que fala sobre o incremento do percentual de 7, 64% sobre o salário, que é um reajuste para os professores. Foi o aumento possível diante dessa crise, onde o governo tem a responsabilidade de dar e cumprir diante do que propôs. Foram projetos importantes, e eu como professor da rede pública universitária tenho a responsabilidade de bem representar. Tudo que chegar em relação a educação, professores, corre na minha veia e eu tenho o dever moral indeclinável de defender minha classe”.
Era isso que você esperava do parlamento, quando se sujeitou a votação?
“Quando me propus a ser vereador, eu chamei para a mim a responsabilidade inicialmente, pois como filho de Paulo Afonso, tive a chamada de assumir e defender nosso município, pois eu acredito no potencial de Paulo Afonso. Contudo, no dia a dia, confesso que me surpreendi com as múltiplas obrigações que são impostas. Nesse sentido costume dizer que somos eleitos para legislar, fiscalizar, assessorar o poder público e julgar quando for necessário a questão de crime de responsabilidade as contas públicas do prefeito. Mas costumo dizer que no dia a dia somos executivos, pois temos que arcar com a cultura assistencialista, e judiciário, por conseguir um advogado para aqueles que possui menos condições. Mas, mesmo assim é uma satisfação em ajudar o povo”.
Gabinete Itinerante tem surtido efeito positivo, fale desse projeto.
“Essa foi uma proposta nossa ainda em campanha fazer o gabinete itinerante, porque acredito que o parlamentar não tem que ficar só dentro do seu gabinete na Câmara. Discutir os problemas em tese, não flui. O vereador tem que conhecer in loco os problemas e discutir com a comunidade os problemas da cidade e povoados. Já mapeei e já iniciei alguns encontros com o objetivo de discutir e buscar soluções. Já fomos para o Xingozinho, Tabuleirinho, Salobro, Sitio do Tará e Nambebé, onde ouvimos as reivindicações e vamos dar um encaminhamento devido. Vamos continuar o gabinete itinerante ao longo desses 4 anos tanto na zona rural quanto na urbana.
No inicio do mês o senhor fez um desabafo, e depois daquele pronunciamento, houve uma aproximação entre o senhor e o chefe do executivo?
“Inicialmente, quero deixar bem claro para o povo de Paulo Afonso que o meu desabafo foi um desabafo de amigos, por que o amigo deve falar sempre a verdade para o outro amigo, usar palavras para massagear o ego, acho que isso não é ser amigo, meu desabafo sintetiza apenas em um pedido de atenção, pedido de comunicação, de melhores condições de trabalho, de respeito mutuo, atenção mutua, foi esse o meu pedido. O problema é que infelizmente no meio do caminho existem as pedras, como dizia Carlos Drumont de Andrade, e que essas pedras muitas não levam as informações como são devidas e distorcem a ideia. Por isso, volto a afirmar que não rompi, sou do grupo, represento o grupo o qual eu lutei na campanha por que acredito na pessoa de Luiz de Deus, como homem integro, que tem o objetivo de fazer o melhor para Paulo Afonso, apenas, só expressei o que estava no meu coração. O prefeito ainda não me procurou, eu também não fui ao seu encontro de forma deliberada; eu estive na prefeitura, pois tinha ido falar com meu pai e dois amigos comuns tentaram intermediar uma conversa com o prefeito, mas naquele momento ele estava em reunião e ele disse que conversaríamos em outro momento. Porém, deixo bem claro, não que eu não fui atrás dele, repito, foi uma tentativa de intermediação. Estou tranquilo, sei que o prefeito é um homem maduro politicamente e eu acredito muito na Bíblia, e no Livro de Eclesiástico 3 me diz “Que tudo tem o seu tempo determinado”, e a seu tempo nós conversaremos e caminharemos juntos, e o que eu espero”.