A vereadora Aladilce Souza, líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, expressou críticas contundentes à gestão do Carnaval da capital baiana durante a saída da Banda Olodum no Pelourinho. Em entrevista ao Bahia Notícias, a parlamentar abordou a polêmica em torno da passarela que conecta o Morro do Ipiranga a um camarote do circuito Barra-Ondina, conhecida como “Passarela do Apartheid”. Aladilce afirmou que, apesar de a justiça ter concedido um alvará temporário, a discussão sobre a legalidade da passarela ainda continua.
“Valeu a pena toda a nossa luta, pois denunciamos uma atitude absolutamente discriminatória da prefeitura de Salvador”, declarou a vereadora. Para ela, os camarotes e blocos de corda representam uma forma de segregação na festa, que deveria ser um espaço democrático. Criticou as afirmações do prefeito Bruno Reis sobre o uso da passarela, classificando-as como um reflexo de um conceito de carnaval segregacionista que precisa ser revisto.
Além disso, Aladilce levantou preocupações sobre o tratamento de trabalhadores do Carnaval, como ambulantes e catadores, a quem poucos direitos são garantidos. Ela questionou também a exclusividade de marcas de bebidas durante os eventos. “A cidade precisa de transparência sobre quem realmente se beneficia com os bilhões movimentados no carnaval”, afirmou, convocando a população e os gestores a repensarem o modelo de carnaval em Salvador. A vereadora pediu uma revisão da superlotação no circuito Barra-Ondina, afirmando que a segurança deve ser a prioridade máxima.