CHICOSABETUDO
    Saúde

    Estudo da Universidade de Zurique aponta riscos à saúde humana

    Um estudo acadêmico revela que a industrialização e a tecnologia ameaçam a saúde humana, exigindo uma conexão com ambientes naturais.

    22/11/2025 às 00:00

    Um estudo conduzido pela Universidade de Zurique revelou que os avanços modernos, como a industrialização e a tecnologia, podem estar comprometendo a saúde física e mental da espécie humana. A pesquisa investiga as consequências das intensas transformações sociais e ambientais do Antropoceno, evidenciando que a biologia humana, moldada ao longo de milênios, não foi projetada para o ritmo acelerado das mudanças atuais.

    O levantamento, que analisou dados sobre urbanização, industrialização e saúde, indicou que os seres humanos não tiveram tempo de se adaptar às rápidas alterações do último século. Sinais alarmantes, como a diminuição das taxas de fertilidade, o aumento de doenças inflamatórias e o crescimento de problemas crônicos relacionados ao estresse, foram observados pelos pesquisadores.

    Os fatores modernos, abrangendo poluição, ruído, luz artificial e estilos de vida sedentários, geram um estresse contínuo para o organismo, que evoluiu para enfrentar ameaças diretas e pontuais. Segundo Colin Shaw, líder do grupo de Ecofisiologia Evolutiva Humana, "nosso organismo reage a pressões diárias como se estivéssemos diante de predadores sucessivos". Essa constante ativação do sistema de estresse está relacionada a transtornos de ansiedade, doenças crônicas e até mesmo à diminuição da expectativa de vida.

    Apesar da capacidade de adaptação genética do ser humano, os pesquisadores destacam que alterações biológicas significativas levam milhares de anos, um período incompatível com a velocidade das transformações contemporâneas. Diante disso, os cientistas defendem uma urgente reaproximação com ambientes naturais e o desenvolvimento de cidades mais saudáveis. “Precisamos tratar a natureza como uma intervenção essencial para a saúde”, enfatizou Shaw.

    O estudo, publicado na revista Biology Reviews, sugere que reconsiderar a relação entre humanos e meio ambiente é vital para enfrentar os desafios de saúde no século XXI.