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    Saúde

    Impacto da paixão: reações químicas no cérebro e comportamento

    A paixão ativa reações químicas no cérebro que influenciam emoções e comportamentos, tornando-se comparável a um vício.

    14/11/2025 às 07:24

    A paixão provoca mudanças significativas no cérebro, impactando não apenas o estado emocional, mas também o físico dos apaixonados. Isso se reflete em sintomas como aceleração dos batimentos cardíacos e a famosa sensação de ‘borboletas no estômago’. Os apaixonados frequentemente relatam alterações no sono e no apetite, além de reações fisiológicas como sudorese nas mãos e pensamentos persistentes sobre seu parceiro.

    O papel da dopamina e outros hormônios

    Estudos conduzidos pela antropóloga americana Helen Fischer na State University of New York revelaram que a paixão está intimamente ligada a três substâncias químicas: dopamina, norepinefrina e serotonina. A dopamina, em especial, é considerada a principal responsável pela sensação de prazer e pelo intenso desejo de estar próximo de alguém. “Elevados níveis de dopamina produzem uma atenção concentrada num objeto, bem como uma motivação e comportamento direcionado a um fim”, explica Maria Borges, professora da UFSC.

    Além do hiperfoco, a dopamina, ao reduzir a atividade do córtex pré-frontal, influencia a capacidade de percepção das falhas do parceiro. Nessa fase do amor, reconhecer os defeitos do outro raramente acontece, o que dá margem para que a paixão seja vista como algo “cegante”.

    Efeitos psicológicos e comportamentais

    A norepinefrina contribui para o aumento da energia e vitalidade do apaixonado, fazendo com que atividades cotidianas sejam encaradas com entusiasmo. Por outro lado, a serotonina apresenta um efeito adverso. Sua diminuição está associada a comportamentos obsessivos e à dificuldade em lidar com a rejeição, o que pode se assemelhar a transtornos obsessivos compulsivos.

    Pesquisas indicam que o amor romântico pode ser comparado a um vício, pois gera euforia e sintomas semelhantes aos de dependência. “Indivíduos no estágio inicial de um amor romântico intenso apresentam muitos sintomas de vícios em substâncias”, apontam os pesquisadores.

    A importância do autoconhecimento

    O amor, ao longo dos milênios, evoluiu como um mecanismo essencial para a perpetuação da espécie humana. Esse fenômeno, considerado muitas vezes positivo, ressalta a necessidade de compreender suas nuances. Para aqueles que buscam manter o autocontrole diante da paixão, o investimento em autoconhecimento e inteligência emocional pode ser uma estratégia valiosa.