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    Saúde

    Pesquisadores identificam novo betacoronavírus em morcegos no Brasil

    BRZ batCoV: betacoronavírus detectado em morcegos no Brasil; sem evidências de infecção humana e com similaridade na entrada celular ao SARS-CoV-2.

    31/10/2025 às 22:06

    Pesquisadores liderados pela Universidade de Osaka, com participação de cientistas brasileiros, identificaram um novo coronavírus em morcegos Pteronotus parnellii no Brasil, inclusive na Bahia. A descoberta foi apresentada em uma versão pré-print e trouxe de volta a atenção para a vigilância de vírus em animais silvestres.

    O que foi encontrado

    O vírus recebeu o nome de BRZ batCoV e foi classificado como um betacoronavírus, a mesma família do Sars-CoV-2 e do Mers-CoV. As sequências genéticas mostraram semelhanças relevantes com esses vírus.

    Ao sequenciar o material, os cientistas notaram que o BRZ batCoV tem um mecanismo de entrada em células humanas similar ao do Sars-CoV-2 — algo que, segundo o estudo, não havia sido registrado antes em morcegos nas Américas. Os autores interpretam isso como uma possível evolução natural entre esses animais.

    Como o BRZ batCoV se relaciona com outros coronavírus

    Análises filogenéticas indicaram que o BRZ batCoV é geneticamente mais próximo do Mers-CoV, embora tenha diferenças suficientes para ser considerado uma linhagem distinta.

    "“Nosso estudo proporciona uma compreensão mais ampla da diversidade evolutiva e funcional dos coronavírus de morcegos, bem como de seu potencial de transmitir doenças para humanos”, disseram os autores no artigo."

    Devo me preocupar?

    Não há, até o momento, evidência de que essa nova cepa infecte pessoas ou se espalhe além da população de morcegos. Então, o achado não significa risco imediato à população humana.

    Mas e daí? A resposta curta é: precaução. Descobertas como essa ajudam a entender melhor quais vírus circulam em animais e como eles podem mudar ao longo do tempo.

    O que os pesquisadores recomendam

    • Manutenção e ampliação da vigilância em populações de Pteronotus parnellii e no próprio vírus.
    • Continuação de estudos e monitoramento para acompanhar a circulação viral.
    • Uso das informações para orientar decisões de saúde pública, caso surjam novos riscos.

    Em resumo: a identificação do BRZ batCoV é um alerta científico importante, mas, por enquanto, sem sinais de transmissão para humanos. A recomendação é acompanhar os estudos e reforçar a vigilância, não entrar em pânico.