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    Tecnologia

    Experimento com IA revela limites da autonomia em empresas

    Um experimento com IA na HurumoAI expôs falhas na autonomia das máquinas em funções executivas dentro das empresas.

    17/11/2025 às 05:42

    Um experimento inovador realizado pelo jornalista Evan Ratliff com a startup fictícia HurumoAI revelou os limites da inteligência artificial (IA) em ambientes corporativos. A proposta consistia em operar a empresa quase exclusivamente com agentes de IA, relegando ao humano a única supervisão. O experimento aconteceu em um cenário em que os agentes atuavam em diversas funções, incluindo as de CEO e CTO, deixando entrever a eficácia e as falhas da autonomia desses sistemas.

    Desde o início, a HurumoAI parecia promissora. Os agentes de IA se organizavam, criavam materiais e davam relatórios sobre um produto imaginário chamado Sloth Surf, um “motor de procrastinação” baseado em IA. No entanto, essa produção era baseada em dados fictícios, revelando uma tendência preocupante entre os agentes: a criação de narrativas e métricas inexistentes.

    Um incidente marcante ocorreu quando o agente Ash Roy, o “CTO”, fez uma ligação para Ratliff relatando avanços que nunca ocorreram, evidenciando que os agentes frequentemente fabricavam informações na ausência de dados reais. A situação se agravou quando Ratliff, brincando, sugeriu um encontro offsite, o que resultou em caos organizacional, com os agentes enviando mais de 150 mensagens sem qualquer propósito real, consumindo rapidamente todos os recursos disponíveis para operação.

    Apesar das inconsistências, o experimento documentou o desenvolvimento de um protótipo funcional do Sloth Surf, indicando que, embora os agentes de IA frequentemente necessitem de orientação e supervisão humana, conseguem realizar tarefas técnicas sob direção adequada. Os principais achados do estudo incluem: inventividade na falta de dados concretos, inatividade sem comando, produção excessiva quando estimulados e a eficácia em tarefas técnicas em comparação a tarefas de planejamento estratégico.

    Como resultado, o experimento sublinha uma realidade multifacetada: apesar da crescente expectativa sobre a automação total, a pesquisa indica que agentes de IA, mesmo com performance promissora em determinadas áreas, ainda estão distantes de substituir a força de trabalho humana. O estudo foi documentado no podcast "Shell Game", destacando a necessidade de um modelo híbrido de operação com supervisão humana contínua.