O G20, grupo que agrega as maiores economias do mundo, deve aprovar um acordo inédito sobre minerais críticos durante sua próxima cúpula em Joanesburgo, programada para os dias 22 e 23 de setembro. A expectativa foi confirmada pelo secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Philip Fox-Drummond Gough, em coletiva realizada em Brasília nesta quarta-feira (19).
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Esse documento, que ainda está em negociação, estabelece princípios para a extração e beneficiamento desses recursos, buscando assegurar que o processamento ocorra nos países de origem. Essa demanda é uma prioridade histórica das nações em desenvolvimento e está alinhada com os interesses do Brasil, que possui cerca de 10% das reservas mundiais de minerais críticos, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Minerais como lítio, cobalto, níquel e terras raras são essenciais para a tecnologia moderna, incluindo baterias de veículos elétricos e painéis solares. A crescente demanda por esses recursos tem gerado conflitos em regiões de exploração no Brasil, especialmente em áreas dedicadas a projetos de energia limpa. O apoio do Brasil à proposta sul-africana visa aumentar o valor agregado localmente e reduzir a dependência de fornecedores externos.
A Cúpula do G20 terá a publicação de uma Declaração de Líderes, cujo conteúdo ainda enfrenta divergências entre os países membros, principalmente em relação à ausência dos Estados Unidos nas negociações. O Brasil defende a manutenção de um documento completo, que deverá abordar questões como a taxação de super-ricos, uma proposta já levantada na cúpula anterior e que deve ser reexaminada.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da cúpula e realizará encontros bilaterais, incluindo uma reunião com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Os detalhes da cúpula refletem um compromisso com a cooperação entre países do Sul Global, que continuará após o evento, com uma visita do presidente Lula a Moçambique.


